sexta-feira, 10 de junho de 2011

O SURGIMENTO DAS CIDADES


COMO FOI O SURGIMENTO DAS CIDADES?
Por volta de 8.000 AC começaram a surgir às primeiras cidades. Elas apareceram na região da Mesopotâmia (região do atual território do Iraque), nas margens dos rios Tigre e Eufrates. Foram fundadas por pequenos agricultores e pastores de animais que buscavam um bom lugar para se fixarem. Estas pequenas cidades já possuíam um sistema organizado do ponto de vista político e econômico. Produziam bens e praticavam trocas com outras cidades. Organizavam um sistema de defesa, praticavam agricultura, criavam animais, produziam artesanato, construíam diques e canais de irrigação. Neste mesmo período também surgiram pequenas cidades as margens do rio Nilo, no Egito.
O desenvolvimento da agricultura irrigada nas planícies dos grandes rios foi o fator econômico decisivo na fundação das primeiras cidades, no Oriente Próximo. O principal progresso técnico que a acompanhou foi à descoberta e uso do bronze (metal conseguido a partir da mistura do cobre e do estanho), que substituiu definitivamente a pedra na manufatura de todas as espécies de armas e ferramentas.
AGRICULTURA, TRABALHO COLETIVO E CIDADE
As enchentes periódicas dos rios deixavam nas margens uma camada de húmus que favorecia a produtividade da terra. Entretanto, os rios que fertilizavam o solo e serviam de acesso às fontes de matérias primas precisavam ser drenados e controlados, o que demandava a cooperação entre os homens.
A abertura de canais de irrigação, a drenagem de pântanos, a construção de represas e poços eram obras que requeriam o trabalho coletivo da população de várias aldeias, para o melhor aproveitamento das águas. Exigiam também uma direção centralizada, capaz de dividir e racionalizar as tarefas.
A necessidade de centralização levou ao aparecimento da cidade, centro administrativo que reunia várias aldeias surgidas em torno do templo do principal deus totêmico da comunidade. Nesse templo era armazenada a produção excedente das aldeias; à sua volta, viviam as pessoas que se dedicavam à administração, ao comércio e ao artesanato.
Entre os servidores do templo, destacavam-se os sacerdotes (herdeiros dos “feiticeiros” das aldeias neolíticas), intérpretes da vontade dos deuses, que acabavam por assumir a função de dirigentes das cidades. Exerciam tarefas de muita importância. Como a distribuição das águas e das sementes, a supervisão das colheitas e a armazenagem dos grãos, apropriando-se também de boa parte das terras e da produção dos camponeses, como pagamento de impostos devidos aos deuses.

O renascimento das cidades

A partir do século XIII, iniciou-se na Europa uma lenta retomada do comércio, em parte como conseqüência do movimento das Cruzadas, que abriram o Mar Mediterrâneo, fechado pelos muçulmanos desde o século VIII, e permitiram a circulação de produtos orientais.
A rede urbana foi se ampliando à medida que o comércio se libertava das amarras do imobilismo feudal. Em fins do século XV algumas cidades tinham proporções consideráveis para a época, destacando-se Veneza, Milão, Paris, Nápoles e Constantinopla (veja o mapa a seguir). As principais rotas comerciais eram marítimas e se conectavam com as rotas asiáticas, em Constantinopla, no Cairo e em outros pontos comerciais do Oriente Médio.

 
Quando e como surgiram as primeiras cidades?

Cumpre sublinhar que o aparecimento e a proliferação de cidades pelo mundo antigo, na Mesopotâmia, no vale do Nilo e no vale do Rio Indo, e mais tarde na China, na bacia do Mediterrâneo e na América das civilizações pré-colombianas, teve relação não apenas com as inovações técnicas que permitiram a agricultura e a formação de excedentes alimentares capazes de alimentar uma ampla camada de não-produtores diretos — com destaque, aqui, para a irrigação em larga escala —, mas com mudanças culturais e políticas profundas, mudanças da ordem social em geral.
A regra foi a de que o surgimento de formas centralizadas e hierárquicas de exercício do poder; e, com efeito, foi justamente a formação de sistemas de dominação, com monarcas e seus exércitos, que permitiu, ao lado das inovações técnicas, uma crescente extração de excedente alimentar, sobre o fundamento da opressão dos produtores diretos.
Os impérios da Antiguidade foram, além disso, disseminador de cidades como observou Gideon Sjoberg [professor do Departamento de Sociologia da Universidade do Texas em Austin], pois elas eram pontos de apoio para manter a supremacia militar nas regiões conquistadas. [...]

Recapitulando: as primeiras cidades surgem como resultado de transformações sociais gerais — econômicas, tecnológicas, políticas e culturais —, quando, para além de povoados de agricultores (ou aldeias), que eram pouco mais que acampamentos permanentes de produtores diretos que se tornaram sedentários, surgem assentamentos permanentes maiores e muitos mais complexos, que vão abrigar uma ampla população de não-produtores: governantes (monarcas, aristocratas), funcionários (como escribas), sacerdotes e guerreiros.
A cidade irá, também, abrigar artesãos especializados, como carpinteiros, ferreiros, ceramistas, joalheiros, tecelões e construtores navais, os quais contribuirão, com suas manufaturas, para o florescimento do comércio entre os povos. Em vários sentidos, por conseguinte, a cidade difere do tipo de assentamento neolítico que a precedeu, menos complexo. Compreende-se, assim, por que justamente a cidade servia de centro para impérios que abrangiam territórios muitas vezes enormes, polarizados por esse centro, que concentrava todo o aparato administrativo e o poder político e militar. Não é por acaso que as cidades que mais cresceram foram as capitais, primeiro as dos impérios e, mais recentemente, as dos Estados nacionais.
Vê-se, portanto, que as principais cidades são exatamente aquelas que têm um papel político importante, que são centros de poder. Na Antiguidade, o melhor exemplo é Roma. Aliás, o próprio termo capital é derivado do latim caput, que significa “cabeça”. De fato, Roma foi a “cabeça” do Império Romano e comandava um vasto território circunstância que originou o ditado “Todos os caminhos levam a Roma”. Pelo fato de concentrar um enorme poderio econômico, político e militar, essa cidade controlava muitos lugares na Europa, na África Setentrional e na Ásia Ocidental, ligados a ela por estradas e pelo mar.

Bibliografia:
O surgimento das cidades:
Fábio Costa Pedro
Olga M. A. Fonseca Coulon
Fonte: br.geocities.com


Quando e como surgiram as primeiras cidades?

SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 45-6.

aluno:Igor matos de souza   biocombustível:matutino

Nenhum comentário:

Postar um comentário